SONZÃO - DEAD FISH

26 janeiro, 2006

“A revolução através do hardcore”

Há ordem no caos e desordem por todos os lados. Música é entretenimento? Diversão? Desabafo? Que tal ser isso tudo e muito mais. A banda capixaba Dead Fish está há 13 anos colocando em prática essa máxima. Já trilharam seu caminho no underground nacional, tendo lançado quatro CDs e tocado em todos os cantos do Brasil. Inclusive acompanhando bandas internacionais como as norte-americanas Shelter, All e Pulley. Agora chegou a hora de cruzar a fronteira entre o indie e o mainstream. Alguém aí pensou em “La Migra”? Quem sabe... O certo é que Rodrigo (voz), Alyand (baixo), Nô (bateria) e os guitarristas Philippe e Hóspede, estão dispostos a isso. Como aliada o grupo tem a Deckdisc, que se responsabilizou pelo lançamento de “Zero e Um”. O disco foi gravado entre janeiro e fevereiro de 2004 no Estúdio Tambor (Rio de Janeiro) sob comando do guerreiro Rafael Ramos, que já capitaneou álbuns de artistas como Los Hermanos, Ultraje a Rigor e Pitty. A mixagem ficou a cargo de Ryan Greene, responsável por algumas obras “obrigatórias” do hardcore de NOFX e Sick Of It All, no Motor Studios, em São Francisco (Califórnia). As 14 músicas são, literalmente, inéditas. Além de não regravarem nenhuma canção dos trabalhos anteriores, o Dead Fish nunca soou tão seguro como agora. Inaugurando a nova fase, “A Urgência”, brada, explicitamente, que de mortos os peixes não têm nada e que “há urgência em estar vivo”. Já a faixa que dá nome ao disco capricha nas melodias, tanto vocais, quanto das guitarras. Se você acredita que tecnologia é sinônimo de progresso, o hardcore rasgado vai lhe dar uma nova visão. Se precisar de ajuda, o clipe - com direção de Eduardo Kurt - pode te ajudar a ter uma idéia. “Queda Livre” é um tapa com luva de pelica... e vai derrubar muita gente. “Bem-vindo ao Clube” tem o clima do Dead Fish ao vivo. E olha que a performance da banda é das mais explosivas. O baixo pulsa forte, a bateria martela com furor, as guitarras duelam entre si e Rodrigo se esgoela e macaqueia como poucos. “Você” e “Re-aprender” têm pegada roqueira e refrãos marcantes, prontos pra cantar junto, já “Engarrafamento” tem a cara de São Paulo (por que será?), mas se pensa que Rodrigo irá falar de carros e ônibus, esqueça. Suas letras fogem do lugar comum que insiste em pairar sob as cabeças dos compositores do pop rock nacional. Peso e velocidade marcam o verdadeiro hardcore? A verdade pode ser uma mentira, mas se o que busca é rapidez, sirva-se: “Senhor, Seu Troco” com 26 segundos de puro “dedo na cara” e coro agressivo, “Desencontros” com 49 segundos e “Siga” com pouco menos que dois minutos de questionamento. Afinal questionar é viver... Enquanto Bush se diverte bombardeando o Afeganistão e Bin Laden provavelmente planeja a vingança, por aqui o Dead Fish faz seu contra-ataque. E a arma escolhida é o hardcore! Porque todo dia é dia de revolução!
DOWNOLAD Senha: wendthebest

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